Thursday, November 16, 2006

O primeiro dia

Chegar na Malásia não é difícil, o problema é enfrentar a longa viagem. Da porta de casa em Porto Alegre até a chegada foram 36 horas. Desembarquei em Kuala Lampur depois de quase 10 horas de espera em Buenos Aires, vinte e duas horas de vôo e três paradas. A hora local marcava 6.30h da manhã de sexta-feira 10 de novembro mas meu organismo ainda está no fuso horário do Brasil de dez horas a menos, ou seja, 8.30h da noite de quinta-feira. Pronto pra uma cerveja.

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Muçulmanas malaias vestindo seu traje típico

Dormir mesmo só consegui durante o trajeto de duas horas entre a Cidade do Cabo e Johanesburgo na África do Sul. Nas oito horas iniciais assisti a uns três filmes e terminei de ler a “Arte da Guerra de Guerra” de Sun Tzu, comprado na feira do livro alguns dias antes. Durante as 10 horas finais tive o prazer de desfrutar de 20 agradáveis minutos de sono, graças a uma meninha chinesa sentada atrás de mim que insistia em ficar chutando a minha poltrona.

Saindo da sala de desembarque já senti de cara que o calor aqui é forte. Estamos um pouco acima da linha do Equador e a temperatura média é de 28 graus o ano inteiro. Para se entender melhor, em relação ao Rio Grande do Sul estamos aonde seria mais ou menos a Colômbia. Não existem estações climáticas e a única diferença com relação aos outros meses é que nessa parte do ano inicia o período das monções, chuvas que caem diariamente à tarde.

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Centro de KL revela uma cidade ocidentalizada

O aeroporto construído inteiramente com vidro e aço passa a impressão de que a Malásia é um país moderno. As dezenas de outdoors e backlights publicitários que decoram a estrada e a rodovia larga e muito bem pavimentada (o asfalto parece um tapete) reforçam mais ainda essa impressão. O trajeto de táxi até o centro de KL dura 45 minutos e no caminho passamos por cinco pedágios, em todos o motorista pagou a quantia de RM 2 (Ringgit Malay), o que equivale a pouco mais de 50 centavos de dólar. De acordo com ele um preço mais do que justo pelas condições de manutenção e trafegabilidade das estradas.

O taxista é um puro exemplo da diversidade cultural presente no país. De origem indiana, ele tem a pele negra e os cabelos lisos e oleosos. Claramente um hindú (exibe a marca vermelha na testa) ele pertence a um grupo imenso de descendentes de imigrantes que ao longo dos últimos 200 anos deixaram a Índia e vieram para Malásia em busca de trabalho e acabaram se tornaram a maior fonte de mão-de-obra no país. Os chineses compõem outro grande grupo. Eles controlam o comércio e tem o controle financeiro do país, mas estariam cedendo parte dele para os indianos que vem ganhando mais espaço nesse setor. Os nativos malaios detêm o poder político.

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Kuala Lampur da janela de casa

Nas ruas e nos cafés se vê muitos estrangeiros, muitos deles são turistas mas a maioria são executivos de empresas multinacionais que residem na cidade. Há também um grande número de estudantes de outras nações muçulmanas. Em Kuala Lampur a diversidade cultural é acompanhada de perto pela religiosa. As vezes é possíver encontrar numa mesma rua mesquitas, templos hindus e budistas.

A arquitetura também chama muito a atenção. Assim como as Petronas Towers (os prédios mais altos do mundo até o momento) todas as outras grande construções do centro da cidade possuem linhas extremamente modernas, confirmando mais ainda que estou visitando um país que parece buscar se modernizar cada vez mais.

Além do ônibus o transporte público é realizado por trens de superfície que deslizam sobre trilhos construídos a seis metros do chão. Me foi dito que esse meio de transporte foi inventado e trazido para cá por um brasileiro. Imagino que ele seja gaúcho, mais precisamente o inventor Oskar Coester*. Ele desenvolveu e criou o Aeromóvel, obra desativada (???) próxima ao Gasômetro em Porto Alegre. A semelhança entre os dois trens é impressionante!

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Bandeira malaia está presente em todos os lugares

Existe um sentimento nacionalista bem forte aqui. Bandeiras da Malásia estão em todo o lugar e em alguns elas se misturam com a foto do primeiro-ministro Abdullah Badawi. Bonito de ver pois me parece que essa devoção quase fanática pelo país dura o ano inteiro e não aparece somente de quatro em quatro anos.

* obrigado pelos nomes Seu Flávio

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Neste primeiro momento só tive tempo de ler este post, e uma dúvida não me sai da cabeça: E as muambas fotográficas? Como são por aí os preços e as possibilidades? Sobre o trem...foi invendado pelos gaúchos sim, mas os nomes eu não posso confirmar porque não sei. As fotos todas estão massa!

12:01 AM  
Blogger Mi Keller said...

ettaaa.tá ficando bom nessa tal de fotografia hem! mas tira umas fotos das praias paradisiacas tá..só para eu ficar me mordendo de inveja!!!
louca pra botar o pé na estrada...bjs

7:36 AM  

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