Wednesday, January 10, 2007

Laos and Thailand

Poucas são as palavras para se descrever a beleza do sudeste asiático. Você pode passar meses viajando em apenas um dos seis países da região e ainda vai faltar coisa para ver. Nosso plano inicial de ir até Burma e se estender um pouco até o Vietnã teve de ser abortado pois seria muita correria e a Luciana e eu não teríamos tempo para realmente aproveitar cada lugar visitado. Traçou-se então uma linha reta de Phuket na Tailândia passando por Bangkok e Vientiane, capital do Laos, e indo até Luang Prabang, no centro do país, a cem quilômetros da fronteira com a China.

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Phuket é uma ilha no sul da Tailândia e fica distante apenas uma hora e quinze minutos de vôo de Kuala Lampur. Lembra Florianópolis em muitos aspectos pois possui várias praias, algumas até bem exóticas. O que chama à atenção já de cara é a gigantesca infra-estrutura turística da ilha, muito bem preparada pra receber viajantes. Você chega e não perde tempo tentando descobrir como chegar ao seu hotel. Serviços de transporte são muito bem sinalizados e logo depois de desembarcar a Luciana e eu já estavamos dentro de uma van a caminho de Karon Beach, onde ficamos. Os hotéis em geral são muito bons e os preços não assustam nada, as opcões de lazer também são bem variadas sem contar que você pode alugar uma scooter por U$4 o dia e rodar por toda a ilha sem se preocupar em espera ônibus ou negociar preço com os motoristas de tuc-tuc.

A maioria dos turistas que você encontra por lá são escandinavos. Na beira da praia você não ouve inglês, mas sim muito sueco. Não é à toa que a Suécia foi o país com o maior número de vítimas entre os turistas estrangeiros quando as ondas do Tsunami atingiram a ilha em dezembro de 2004. Phuket foi um dos locais mais castigados pela tragédia no país mas hoje já se recuperou quase que completamente. Só no ano passado 4,7 milhões de turistas visitaram esse paraíso tropical. Nos anos anteriores à catástrofe a média era de cinco milhões. Hoje existem várias estações de controle e placas espalhados por todos os lugares para orientar turistas e moradores sobre as melhores rotas de fuga.

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Karon beach é realmente linda e mais linda ainda é Kata Beach, que fica do lado, mas ambas são urbanizadas demais, muito diferente daquela imagem rústica que eu tinha sobre as praias da Tailândia. Por causa disso ficamos lá apenas dois dias, esticados na praia fazendo nada é claro. Depois ensacamos as roupas e pegamos uma balsa para Rai Leh Beach, onde a Lú ja havia estado algum tempo atrás. A praia fica numa península e o acesso por terra é inexistente por causa do terreno montanhoso. Para se chegar lá só mesmo de barco.

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A viagem dura quase duas horas e quando cheguei tive todas as minhas expectativas confirmadas. A lugar é digno de um cartão postal sem alterações de photoshop: areia branca, água azul turquesa e rochedos imensos. No hotel o único luxo do quarto eram as telas pra mosquito nas janelas. O banho era frio mesmo, o que para um lugar onde a temperatura média é de 35 graus acaba virando um conforto. Ficamos lá três longos dias e quase adiamos a ida pra Bangkok.

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A viagem de ônibus para Bangkok levou 12 horas e chegamos lá achatados. Diferente da organização de Kuala Lampur, a cidade é tudo aquilo que eu havia ouvido falar: enorme, barulhenta e poluída. No entanto foi chegando lá que pela primeira vez desde que saí do Brasil tive a sensação de estar realmente pisando em uma metrópole asiática. Kuala Lampur é infinitamente tediosa se comparada com a capital tailandesa, já começando pelo número de habitantes: são 6 milhões, exatamente o dobro do que KL; Os tuc-tucs (espécie de rickshaw motorizado) estão em todo o lugar; o número de turistas é gigantesco e a comida vendida pelos ambulantes é deliciosa, você pode se esbaldar de comer na rua mesmo, sem precisar entrar em restaurante nenhum.

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Os jornais tailandeses também são outro ponto positivo. O "The Bangkok Post" e o "The Nation" são os dois de língua inglesa e são infinitamente superiores aos da Malásia em tamanho e conteúdo. Enquanto na Malásia criticar o governo é algo completamente fora de cogitação, na Tailândia eles falam abertamente sobre a atual situação política do país que em setembro teve seu Primeiro Ministro deposto por um golpe militar.

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Um dos pontos negativos é que, assim como acontece no nordeste do Brasil, uma grande fatia dos milhões de visitantes anuais vem em busca de turismo sexual. É muito comum ver europeus na casa dos 50 anos, acompanhados por garotas tailandesas com a metade da idade deles. Em Khao San Road, onde a maioria dos turistas ocidentais fica hospedado, o tempo todo você é abordado por "agentes" dispostos a lhe mostrar o catálogo de garotas. Uma grande parte delas é chinesa e conversando com um desses cafetões descobri que elas chegam ao país através de uma complexa rede de tráfico de prostitutas que também abastece Dubai, no Oriente Médio, e Europa.

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Infelizmente não conseguimos comprar as passagens para o Laos para o dia em que pretendíamos viajar. Isso era 28 de dezembro e todos os tickets do dia 29 até sei-lá-quando de janeiro estavam vendidos. Resultado: saímos nessa mesma noite para enfrentar mais 12 horas de ônibus até Vientiane.

O Laos, assim como o Vietnã e o Camboja, fazia parte da Indochina, a ex-colônia francesa na Ásia. Em 1954, depois de quase uma década de guerra, os comunistas do Pathet Lao, grupo guerrilheiro local, expulsaram os franceses. Com a invasão americana do Vietnã na década seguinte, eles passaram a dar apoio logístico aos Vietcongues e entre 1965 e 1973 os Estados Unidos despejaram no nordeste do Laos mais bombas do que jogaram na Europa e no Pacífico durante toda a Segunda Guerra Mundial. Isso deu ao país o triste recorde de ser a nação mais bombardeada do planeta até hoje.

Uma das coisas mais engraçadas a esse respeito, talvez a única, é uma cédula de 500 khips (a moeda local) que circulou até poucos anos atrás que tem no seu verso a gravura de soldados lao metralhando aviões americanos. Fora isso pode se ver aqui e ali muitos artefatos de guerra decorando casas ou estabelecimentos comerciais.

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Por ser considerada uma nação sub-desenvolvida (ocupa 133ª posição no ranking de IDH) é muito comum ver pick-ups da ONU circulando pelas ruas. Muitas ONGs também tem escritórios por lá, desenvolvendo projetos humanitários. Vientiane é banhada pelo rio Mekong. Pequena, tem as principais ruas abarrotadas de tuc-tucs e motonetas. Os templos budistas estão em todo o lugar e monges podem ser visto a todo momento caminhando pelas ruas. A comida e hospedagem são muito baratas e a população apesar de não falar inglês te atende sempre muito bem aliás, no país todo é assim.

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No hotel em que me hospedei tive uma bela surpresa, o recepcionista não conseguiu esconder a felicidade quando descobriu que eu era brasileiro e torcedor do Internacional. Todos na cidade assistiram o jogo e ainda estavam impressionados com a vitória colorada sobre o Barcelona.

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De lá seguimos para Vang Vieng, um vilarejo em meio as montanhas famoso entre os turistas ocidentais pela prática de esportes como rafting e montanhismo. Ficamos apenas uma noite pois precisavamos somente descansar. No dia seguinte continuamos a viagem para Luang Prabang, nosso destino final.

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A cidade é a segunda maior do país e o principal pólo turístico, por causa disso está sempre lotada. Acabamos ficando lá mais tempo do que o esperado. Nos dois últimos dias fizemos um trekking pelas montanhas da região e passamos a noite em um vilarejo lao. No dia seguinte voltamos de caiaque e no trajeto vi as mais belas cenas de toda viagem, mas infelizmente a câmera estava no saco a prova dágua e não tivemos como parar para abrir pois o risco de virar era grande, o que depois nas corredeiras acabou acontecendo.

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O clima em Bangkok estava um pouco pesado quando retornamos. Com os atentados de 31 de dezembro havia mais policias nas ruas e os soldados do exército, que desde o golpe militar de setembro já estavam em alerta, intensificaram o patrulhamento.

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O tempo era curto e decidimos visitar o Floating Market que fica em Damnoen Saduak, cidade distante duas horas. À tarde andamos mais um pouco pela cidade e depois fomos fazer uma sessão de “thai massage”, daquelas de estalar até orelha, pra chegar bem relaxado em KL.

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Abaixo vai o "making of" da viagem:

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Trekking, caminhamos o dia inteiro subindo e descendo morros

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No Laos, durante o trekking paramos em um vilarejo pra descansar
e comer. Depois de almoçar fiquei batendo foto dos moleques brincando e a cada foto batida eles vinham correndo ver o resultado. Ficaram maravilhados de ver a própria imagem no visor da câmera.

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Em Vang Vieng, no Laos, a paisagem de te deixa mudo.
Ficamos apenas um dia lá mas só pelo cenário já valeu a viagem toda

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Foto daquelas de bater com o próprio braço esticado

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Luciana em momento "não quero mais nada da vida".

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Cara, incríveis as fotos. Agora, pra educar os fotógrafos amadores aqui, que tal algumas especificações?
Abração

4:02 AM  
Anonymous Anonymous said...

Edu,
As fotos estão iradas.
beijo
Juck

7:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

Sem comentários. Texto e fotos incríveis!!

abr
Sérgio

2:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Suas fotos estão muito, muito boas. Pra não dizer perfeitas. Parabéns!
bjo

1:46 AM  
Anonymous Anonymous said...

Incríveis suas fotos. Eu e minha namorada moramos em Londres e estamos indo pra Tailândia em algumas semanas e foi um achado encontrar seu blog. Estamos pensando em ir pro Laos agora.

Grande abraço
Júnior

2:09 PM  
Anonymous Anonymous said...

Lindas imagens eduardo!

Suzana,MG

8:33 AM  

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