Sunday, February 25, 2007

Video Thaipusam

Pra quem quiser assitir abaixo segue um pequeno vídeo feito pela Luciana com a camerazinha dela durante o Thaipusam Festival aqui em Kuala Lumpur:

http://www.youtube.com/watch?v=Y8qAcs9DGhc

abraço

Thursday, February 22, 2007

Babel

Fui assistir "Babel" semana passada (se você ainda não viu aconselho a parar de ler agora). O filme é muito bonito, muito bem feito e coisa e tal mas ficou a pergunta: qual o imigrante mexicano seria estúpido o suficiente pra cruzar duas vezes a fronteira carregando duas crianças americanas, sem a autorização dos pais e com um motorista bêbado ao volante? Chegou a irritar, e bastante. O diretor Alejandro Gonzales poderia ter pensando em uma situação diferente para colocar a personagem pois pra mim, desse jeito, ele chamou seus compatriotas todos de idiotas. Aliás, não só os mexicanos mas também brasileiros, guatemaltecos, hondurenhos, bolivianos e todos da fila dos latinos. Imigrante nenhum é pateta daquele jeito.

Quem já passou pelo constrangedor interrogatório de um funcionário da imigração dos países ditos desenvolvidos sabe do que eu estou falando. Em 90% dos casos, por mais legal que seja a sua situação você não pode piscar o olho. Eles querem a todo custo te pegar em contradição ou em uma resposta diferente das outras 132 vezes em que lhe perguntaram a mesma coisa. Se puderem te mandar de volta pra casa só com a roupa do corpo te mandam mesmo, não interessa se você tem o visto garantindo a sua permanência bem ali, estampado no seu passaporte. Se você nasceu abaixo da linha do Equador já é considerado culpado sem nem saber do quê. (eu sei, México esta acima mas deu pra entender o que quero dizer)

Nunca fui aos EUA mas morei com 6 mexicanos por mais de um ano em Londres e sei que eles são por natureza os imigrantes que mais sabem lidar com esse tipo de situação. Por isso acho bem improvável que algum conterrâneo deles seria mané o bastante pra fazer o que a tiazinha do filme fez. Não interessa se era casamento do filho ou funeral da vó, latino em terra de gringo não dá mole desse jeito não. Ainda mais depois de 16 anos morando por lá como é o caso da personagem. Nessa parte o filme dá nos nervos. Esse Gonzales é um ótimo diretor mas parece não saber como é a vida dos mexicanos que ralam o botão no exterior. Com certeza ele nunca teve que lavar prato nos Estados Unidos.
De resto o filme é ótimo e vale o ingresso, principalmente pela parte japonesa dele :)



abraço

*Perdoem me pelo "Toledo" de antes. Devia estar ainda dormindo quando escrevi.

Saturday, February 10, 2007

Chinese New Year

Sábado de sol forte hoje, quente pra caramba aqui em KL. Pouca coisa pra se fazer. Peguei a câmera e fui pra um templo budista ver as preparações para o ano-novo chinês. Acho que valeu o esforço.

Chinese New Year, Malaysia

A Chinese-malaysian mother shows her daughter the red lanterns which are being hung all over the Malaysian capital as part of the Chinese New Year celebrations.

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Monday, February 05, 2007

Go for it!

Acabo de assitir "Flags of our Fathers", que já está em cartaz em Porto Alegre. Filmão, recomendo. Esse tal de Clint Eastwood parece saber como ser americano sem ser idiota. Outro excelente filme do final de semana foi "Little Miss Sunshine", muito bom. Na semana passada assiti "Borat", do Sacha Baron, hilário! Detalhe: assisti os três em casa, em cópia DVD com qualidade perfeita. Os chineses daqui são rápidos, muito rápidos

abraço

Thursday, February 01, 2007

Thaipusam Festival

Véspera de feriado religioso em Porto Alegre, feriado religioso aqui em Kuala Lumpur. São duas da tarde e acabo de chegar em casa depois de ter passado a manhã inteira fotografando o Thaipusam Festival, a maior celebração hindu da comunidade indiana aqui da Malásia. O festival acontece a 15 km ao norte de Kuala Lumpur, nas Batu Caves, que uma vez por ano vira o palco da procissão.

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Sabia que haveria muita gente por lá mas não tinha noção de quanto. Foi somente quando o trem cruzou a multidão e olhei pelas janelas que eu me dei conta do tamanho da encrenca. Olhando por ambas as janelas laterais do trem a única coisa que se via era um mar de cabeças e braços se agitando, algo assombroso.

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Todo ano um milhão de pessoas aparecem por lá para prestar tributo ao Lord Murugan uma das milhares de entidades divinas da cultura indiana. A data cai sempre no décimo dia do calendário hindú, o que as vezes pode ser fins de janeiro ou início de fevereiro.

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Saindo do trem a primeira coisa que você sente é o cheiro forte de incenso entrando no nariz e marejando os olhos. No caminho para o local aonde iniciam os rituais passamos por uma centena de barbeiros, todos zerando cabeças uma atrás da outra: crianças, velhos, homens e até algumas mulheres.

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Todos estavam ficando carequinhas para, de acordo com a simbologia deles, se livrarem dos pecados. As montanhas de cabelos eram enormes, mas a raspagem não é obrigatório e muita gente prefere deixar o corte pra uma próxima vez.

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As margens do córrego aonde tudo acontece quase não tem espaço pra tanta gente. Há milhares de curiosos e um exército de fotógrafos e cinegrafistas disputando no cotovelo as melhores imagens. Os devotos tomam uma longa ducha fria simbolizando a purificação e depois, vestidos com trajes típicos, eles são chamados um por um e cercados por outros que como eles também serão hipnotizados.

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Depois do que eu vi hoje por lá conclui que pagar promessa no Brasil é mole. Subir aquelas intermináveis escadarias de joelho ou rezar ajoelhado no milho é fichinha perto do que acontece durante essa festa. Os devotos hindus se submetem a rituais um tanto que dolorosos (pelo menos aos nossos olhos) e levam realmente ao extremo a demonstração da fé.

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Já havia assistido a documentários sobre o festival mostrando pessoas com pequenos potes de metal pendurados na pele por ganchos e bochechas transpassadas por lanças mas ver ao vivo uma coisa dessas é uma história bem diferente. Você se contorce todo ao ver aquele pedaço de metal dourado atravessando o rosto de uma pessoa. Não tem como não reagir desse jeito, é doloroso de ver isso acontecendo ali na sua cara. Eles, por outro lado, não dizem um "ai", não gemem, não tremem um músculo e, o mais incrível de tudo, não sangram. Nada, nem uma gota. O estado de hipnose é total.

(O vermelho no rosto em algumas fotos aqui não é sangue e sim um pó que misturado com água vira a tinta usada para pintar a pele)

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Outros preferem cravar ganchos nas costas e puxarem pessoas que vem logo atrás segurando as cordas presas nesses mesmos ganchos. Imagino que alguns deles tomam alguma droga mística ou algo parecido que facilita o transe e ameniza a dor pois muitos tem os olhos esbugalhados de tal forma que parecem saltar do rosto. Eles caminham por cerca de 1km até chegarem ao início dos 272 degraus que levam a entrada das Batu Caves. Sem tomar fôlego eles iniciam a subida para lá em cima rezar e depositar dentro das grutas as oferendas que trazem.

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Infelizmente não tive como acompanhar essa parte. Além de já estar cansado, o sol que até então havia ficado encoberto saiu do meio das nuvens com força total, queimando a moleira e acelerando o processo de putrefação dos mais de um milhão de pares de sovacos que lá estavam. E também, vale frisar, não existe banheiro suficiente na Malásia e em nenhum lugar do mundo pra toda essa gente. O ar em alguns pontos estava completamente podre, amenizado, é verdade, pelo cheiro de incenso. Confesso que em alguns momentos pisei em substâncias que preferi nem olhar pra baixo para ver do que se tratavam. Sabiamente guardei a câmera e peguei o trem de volta para casa para editar meu material e, óbvio, tomar um bom e longo banho.