Estou viajando e assim que chegar em Kuala Lampur atualizo o blog. Iniciamos em Phuket, na Tailândia, passamos por Bangkok e agora estamos em Luang Prabong, no Laos. As viagens de ônibus entre um lugar e outro nao duram menos de dez horas. Voce chega achatado mas o resultado compensa. Faltam menos de duas horas pra meia noite aqui e queria desejar a todos um 2007 redondinho!!

Abracão

edu

"NÓIS" É FODA!!!

foto jefferson bernardes/vipcomm


Segunda-feira, 18 de dezembro, estou sentado com meu laptop no colo dentro de um Starbucks Café em Kuala Lampur. Olhar estático grudado na tela, sonhando com os olhos abertos mirando uma única foto da partida há mais de 15 minutos, lembrando e saboreando cada momento do jogo de ontem. Ainda não acredito. Estou assimilando aos poucos a conquista e assim como eu devem estar todos os colorados que conheço. Pela internet leio as notícias de esporte dos jornais e websites europeus:

“Internacional afunda Barca na final” é a manchete no site da BBC;

“Outra vez se escapa o troféu maldito” é a do EL Mundo, de Madri;

no El País também da Espanha “Barca cai derrotado na final do Mundial de Clubes”.

Não foi só o título Mundial, foi tudo! Desde a primeira partida da Libertadores, passando pelo jogo contra o São Paulo no Morumbi até chegar a aguardada final de ontem. Todos os noventa minutos, cada unzinho deles foi espetacular! Um jogo que eu poderei assistir mil vezes e nessas mil vezes vou roer as unhas do mesmo jeito, gritar como se estivesse assitindo a todos pela primeira vez.

Não derrotamos um time qualquer, derrotamos o temido Barcelona, Campeão Europeu! E ganhar do Barcelona não é como ganhar de timeco tricolor. Vencer esses espanhóis significa mais do que vencer o São Paulo ou ganhar do Real Madrid, é como ganhar... ganhar do próprio Internacional!! Como na decisão da Libertadores, jogamos com raça, com a garra de quem respeita o adversário.

Antes da bola começar a rolar em Yokohama os comentaristas ingleses palpitavam sobre o resultado do jogo: 4x1, 3x0, 4x0, tudo pro Barca é claro. Estavam todos ainda impressionados com a vitória espanhola de 4x0 sobre o América do México e depois do opaco desempenho do Inter frente ao Ahly do Egito não tinham nenhuma dúvida de que seríamos massacrados pelo time do técnico Frank Rijkaard. Eles desconheciam totalmente o time gaúcho e estavam somente esperando o jogo iniciar pra verem concretizar os palpites.

Eles não acreditaram no que viram e o Barcelona também não. Depois do jogo estavam todos anestesiados, beiçudos, procurando formar uma idéia, um pensamento lógico que explicasse a derrota para um desconhecido time do sul do Brasil. O assombro por terem sido batidos estava colado na cara do time catalão inteiro, do técnico ao goleiro. Ronaldinho não os alertou sobre o Inter e se o fez deve ter-lhes dito que dos 11 Grenais que jogou ganhou 10 e que portanto seria barbada.

Ontem o melhor jogador do mundo jogou o seu 12º Grenal e perdeu de uma maneira que ele vai lembrar pro resto da vida. Aquele constrangedor chapéu no Dunga na final do Gauchão de 1999 não poderia ter sido vingado de melhor forma. E o técnico da seleção, colorado que é, com certeza lembrou disso depois do gol do Gabirú e deu um sorriso mais largo do que qualquer outro torcedor.

O Internacional calou a boca deles, calou a boca dos comentaristas ingleses e calou a boca do Mundo. O melhor time do Planeta é gaúcho, é de Porto Alegre e é o INTERNACIONAL!

Não existe NADA maior!!

S.C INTERNACIONAL - FIFA CLUB WORLD CUP CHAMPION 2006

EU ACREDITEI!! Acordei Campeão da América e fui dormir CAMPEÃO DO MUNDO!!


Reproduzo abaixo o email que enviei meses atrás a um comentarista esportivo "sabedor de tudo" que conseguiu me deixar "P" da vida com alguns comentários ao técnico Abel Braga. O Internacional havia mal acabado de estrear na Libertadores:

Caro WC

Tenho escutado muito suas críticas ao treinador do Internacional e não concordo em vários pontos. Recentemente você o ironizou no ar dizendo não entender como um técnico ofensivo como o Abel Braga conseguiu marcar no Brasileirão somente os mesmo 13 gols que o retranqueiro Mano Menezes, técnico do Grêmio. Você melhor do que ninguém sabe que em futebol o que interessa é resultado se não fosse assim o retranqueiro do Parreira não teria ganhado o Tetra para nós em 94. E resultado o técnico colorado tem mostrado. Com os "poucos" 13 gols marcados até agora o Internacional é o primeiro colocado na tabela e se não formos campeões este ano será por detalhe.

No seu comentário você esqueceu de falar sobre a diferença de sete posições na tabela entre os mesmo 13 gols de cada time gaúcho. Você também esqueceu que recentemente derrotamos por 1x0 o Corínthias, o campeão Brasileiro "oficial", por 3x1 o São Paulo, o atual campeão Mundial de Clubes, nesse último domingo batemos por 1x0 o Fluminense,um dos líderes do Brasileirão, lá no Rio de Janeiro. Você nesse mesmo comentário menosprezou o empate em 1x1 com o Cruzeiro como se a equipe mineira fosse um time menor, fraco, fácil de ser batido. Conseguimos resultados extramamente importantes contra 4 das maiores equipes do país e você do alto da sua arrogância ainda ironiza o técnico do Inter como se ele fosse treinador de várzea.

Concordo que ainda há muitas coisas para se acertar no time, o que não concordo é com esse tipo de complô que você e alguns de seus colegas fazem para tentar derrubá-lo quando, por exemplo, dizem no ar que o Abel não é um técnico para o nível do Internacional. Por que em vez de se esconder dentro de um estúdio de rádio para fazer tais críticas você não vai ao estádio para participar das entrevistas coletivas no final das partidas? Vai lá pro Beira-Rio, faça as críticas lá na cara do Abel.

A crítica é válida e construtiva quando vem de alguém que já tenha atuado dentro das quatro linhas. Aí sim, de posse dessa sabedoria de quem foi jogador ou treinador você estaria habilitado a falar o que quiser sobre o assunto, mas até onde sei você nunca jogou bola. Mas se você ainda achar que tem todas as soluções para os problemas do Internacional porque não se candidata a vaga de técnico? Dê uma de João Saldanha e abrace a responsabilidade de treinar um time de futebol. Tenho certeza de que o Abel iria adorar te ver com um apito na boca coordenando um coletivo da equipe colorada. Quem sabe aplicando nos treinos o seu estilo único de comentar futebol nós não conseguimos ganhar a Libertadores da América? Leve a gente pro Japão!!

um abraço

eduardo oliveira, colorado


O tal comunicador é óbvio que não me respondeu, se bobear nem se prestou a ler meu email. O que interessa é que o Abel seguiu como técnico do Internacional e o resto é HISTÓRIA.

foto eduardo oliveira/preview.com

S.C.INTERNACIONAL - CAMPEÃO DO MUNDO 2006

Klang

Klang é a capital do estado de Selangor e entre os séculos XVI e XIX foi uma das cidades mais importantes da Malásia por causa das jazidas de estanho que existiam lá. Hoje o mineral já faz parte da história mas a cidade ainda possui prédios e casas dessa tempo de grandiosidade.

A cidade está localizada somente a 40 quilômetros ao sul de Kuala Lampur mas quando você coloca o pé fora da estação de trem você sente estar entrando num mundo à parte, estacionado no século XIX. Tive também a impressão de estar na Índia tamanho o número de indianos e descendentes que vivem lá. Eles são donos da maior parte do comércio dentro do centro histórico da cidade.

Eu alguns locais eu virei a atração do momento pois até onde pude constatar era o único ocidental visitando a cidade hoje e provavelmente um dos poucos que anda aparecendo por lá. No restaurante que almocei tive 3 garçons me atendendo, e isso não somente por causa da atenciosidade deles, que é enorme, mas pela curiosidade de saber de onde eu era. "OH Bresil, Bresil; Ronaldinho" dizia um deles sorrindo de um jeito parecendo que o próprio Ronaldinho estivesse ali.

Batu Caves

Descobertas em 1881 pelo explorador americano Willian Horanby as Batu Caves (cavernas) estão localizadas a 13 quilômetros ao norte de Kuala Lampur e hoje em dia são consideradas o principal local de peregrinação hindú da Malásia. Pra se chegar nas grutas você tem de enfrentar uma escadaria de pelo menos uns 300 degraus, com um sol de 36º batendo no lombo e dezenas de macacos correndo de um lado pro outro querendo colocar as mãos no seu bolso procurando comida.

Elas também atraem, é óbvio, muitos turistas mas o interessante mesmo é aparecer aqui entre os dias 15 de janeiro e 15 de fevereiro, quando acontece o festival Thaipusan, o mais importante do calendário hindú aqui no país. É aquele evento típico indiano que você vê nos livros e revistas com os fiéis pagando penitências um tanto que exóticas: vários ganchos enfiados na pele, espetos atravessando as bochechas, chicotadas nas próprias costas. Mas isso é só lá em janeiro, por enquanto as imagens aqui são bem tranquilas.

Do pescoço pra baixo é canela

A partir de agora funcionárias de restaurantes e lojas da cidade de Kota Baru que forem flagradas trabalhando usando roupas consideradas provocativas poderão ser multadas e se reincidirem no delito poderão até ser presas. Isso foi o que o Municipal Council (espécie de de câmara de vereadores) dessa cidade da costa leste da Malásia determinou esta semana. “Não serão mais toleradas roupas indecentes usadas por mulheres sejam elas muçulmanas ou não”, disse aos jornais daqui o porta-voz do Council, Mohd Azman Daham.


Roupas "indecentes" estão banidas de Kota Baru

A valor da multa por esse “crime” seria de RM 500, cerca de U$ 150. O pior é que ainda pode sobrar para o dono do estabelecimento que permitir que suas empregadas se vistam de maneira ofensiva ao Islam. Eles poderão ser multados e ter sua licença cassada. No caso das não-mulçulmanas as autoridades determinaram que elas devem se vestir de maneira decente. Mas o que seria decente na concepção deles? O padrão de vestimenta tradicional muçulmana diz que a mulher deve estar coberta até os tornozelos e usar sempre o tudung, nome que o lenço que cobre a cabeça leva aqui na península.


O tudung será obrigatório

Roupas como mini-saia, mini-blusas, decotes, calças justas e de cintura baixa, de acordo com Azman, mancham o nome da município e estragam sua reputação como uma das mais tradicionais cidades islâmicas da Malásia. Kota Baru fica no estado de Kelantan, um dos mais rigorosos em matéria de islamismo. Na realidade esse proibição sempre existiu mas parerce que até hoje ninguém se preocupou em averiguar se a lei estava sendo cumprida, o que, de acordo com Mr. Azman, vai mudar daqui pra frente pois oficiais do governo municipal estarão realizando patrulhas surpresas em toda a cidade, com atenção redobrada em áreas consideradas “suspeitas”.

Segundo o nosso Osama aqui do texto, essa mudança de atitude se deu por causa das inúmeras reclamações registradas nos últimos meses em função das roupas usadas por funcionárias do comércio. Elas estariam se vestindo de maneira provocativa para atrair mais clientes homens para dentro das lojas.


Na capital KL muitas muçulmanas já adotam o tradicional véu

Em termos gerais a Malásia é considerado uma nação muçulmana liberal e esse tipo de lei com certeza não se aplicaria ao resto do país. Já no Afeganistão durante o regime dos Talibans (se bobear ainda hoje em dia) as mulheres eram quase sempre as culpadas nos casos de estupro ou assédio sexual. Mesmo andando nas ruas completamente cobertas as autoridades do lugar sempre achavam alguma brecha na lei local para as considerarem responsáveis por provocarem o mau comportamento masculino, ou incitação do demônio, como eles gostam de dizer. No Paquistão ainda é pior pois estupro chega a ser considerado adultério por parte da mulher, o que pode levar a uma condenação à morte.

A Malásia não é mais tão moderna assim como eu estava achando.

A quick look at Islam

Informacões (in)úteis sobre a Malásia

-A maioria dos banheiros em locais públicos não dispõe daquele "antiquado" apetrecho ocidental chamado papel higiênico. O serviço sujo é feito por um chuveirinho instalado dentro da privada

-Carne de porco e derivados são comprados em uma salinha especial dentro dos supermercados para que os muçulmanos não corram o risco de se enganar no momento da compra

-O mesmo acontece com as bebidas alcólicas só que nesse caso existe um guardinha na porta barrando os malaios. Para eles a venda é proibida pois são todos muçulmanos

-A cerveja é absurdamente cara

-Malaio é o nome do grupo étnico e malásio a nacionalidade, pelo menos é o que eu imagino pois em inglês é Malay e Malaysian respectivamente

-Durante os horários de pico nas estações de trem guardinhas ficam responsáveis por coordenar a formação de filas para que os usuários não entrem embolados no vagão e atropelem quem quer sair

-Companhias de ônibus do transporte público param por uma hora durante o almoço para a folga de TODOS os motoristas

-Todos os jornais de uma forma ou outra pertencem ao governo e são "monitorados" de perto. Recentemente um deles teve que se desculpar publicamente e foi tirado de circulação por ter publicado um artigo sobre a vida sexual dos habitantes no país

-O consumo de arroz é tão animalesco que nos supermercados o menor saco que você encontra é o de 5kg

-Video-locadoras não existem na Malásia. O povo compra os filmes direto nas lojas ou em China Town

-O pessoal daqui é louco por shopping-centers. Existem dezenas, todos gigantescos e sempre lotados

-Depois de uma semana aqui você começa a idolatrar o cara que inventou o ar-condicionado

-Depois de três semanas você vira mestre em comer com palitinhos

-Sua cara entorta na primeira vez que você vê um indiano comendo com as mãos

-Não existe pizza de bacon nem pepperoni pois todos os pizzaiolos devem ser muçulmanos

-Não vendem maionese Hellmann's aqui