Wednesday, March 28, 2007

Sunny KL

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Downtown Kuala Lumpur

Saturday, March 24, 2007

Cloudy KL

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Street photography num dia perfeitamente nublado. Sem sol fez só 30º, uma beleeeza

Thursday, March 22, 2007

Dark KL

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Petronas Twin Towers.

Kuala Lumpur é uma cidade moderna, tão moderna que as vezes te faz esquecer de estar morando na capital de um país muçulmano e conservador em certo aspectos. O que faz vc voltar a realidade são pequenas coisas como o adesivo que a Luciana viu num táxi dirigido por um malaio dia desses, avisando aos casais mais exaltados que dentro daquele veículo era proibido beijar.

Outro dia também, fomos a um restaurante no centro de Kuala Lumpur e todos lá dentro arregalaram os olhos na minha direção depois de eu ter dado um simples e curto beijo na Lú. Na hora pensei que fosse apenas falta de costume do povo daqui pois sabia que demonstrações de afeto em público não eram comuns por aqui. Ignorava somente o por quê disso.

Minha ignorância durou até esta semana quando saí para almoçar com alguns amigos. No momento em que fui cumprimentar uma amiga com os habituais dois beijos no rosto ela me segurou pelo braço e fez sinal pra eu esperar um pouco.

Uns quatro policiais estavam passando por nós naquele momento e depois de terem dobrado a esquina ela me explicou que caso eles tivessem nos visto poderíamos ter tido problemas.

Não entendi de início e depois ela me explicou que demonstrações de afeto em público são proibidas por lei podendo resultar em multa ou até cadeia mesmo, depende do tamanho do "crime". Fiquei sem ação, não estava acreditando.

Pensei que essa proibição fosse apenas com relação aqueles beijos mais salientes mas estava enganado. Serve para toda e qualquer demonstração de afeto. Parece coisa do século XIX mas o país é deles e lei é lei, tem que respeitar.

O óbvio que essa é uma daquelas leis sem-vergonhas que só valem durante a luz do dia, afinal Alá esta de olho. Se fossem realmente fazer ela valer não exisitiria casa noturna alguma em Kuala Lumpur.


abraço
edu

Wednesday, March 14, 2007

Bangkok again

Nem havia me acomodado no assento direito e o motorista do tuc-tuc já saiu falando "Aqui na Tailândia só tem duas estações: quente e mais quente ainda". Com certeza falou isso depois de me enxergar pelo espelho retrovisor completamente lavado de suor. Eram 11h horas da manhã e eu tinha acabado de largar minha mochila no hotel depois de chegar do aeroporto.

Bangkok, Thailand

O calor que encontrei nessa minha segunda ida à Bangkok foi algo fora do comum. Por dia se foram uma média de três camisetas. Tomava um banho frio ao acordar e outro antes de dormir. Sem falar que no meio da tarde toda vez que eu passava perto do hotel dava um pulo no quarto pra tomar outra ducha.

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Quando uso a palavra "hotel" estou sendo generosíssimo! Quem já foi sabe, se vc está mochilando e com grana curta não tem pq gastar com frescura na hospedagem. Afinal o quarto só vai ser usado para dormir e acordar. Os tailandeses sabem disso e por isso "capricham" nesse tipo de serviço.

Os hoteis e guest houses para mochileiros são basicamente pulgueiros, quase cortiços. No meu quarto requisitei somente dois "luxos": double bed e banheiro dentro. A ducha é fria pois não existe razão pra gastar com água quente com aquele calor. Também existe a opção de ar-condicionado e ventilador no teto. O segundo é o mais barato, é claro.

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O bom foi que chegando no quarto descobri um outro item a qual eu não havia pedido: janelas. Sim, em alguns casos vc vai pagar mais por um quarto com janelas. Mas tirando isso e o calor de colar a camisa nas costas a viagem serviu pra me dar a certeza de que a cidade é realmente fantástica. Se pudesse escolher trocaria a monotonia quase religiosa de Kuala Lumpur pelo barulho e a poluição de Bangkok sem pensar duas vezes.

Thailand

Talvez essa minha preferência seja porque desde que estou por aqui a cidade é o lugar mais parecido com o Brasil que encontrei . KL não tem vida própria, parece mecânica, tudo no lugar, na hora certa. Já Bangkok é correria pura. Muita gente, comida de rua maravilhosa e sempre um lugar interessante pra se visitar.

Mesmo a Tailândia estando longe de ser um país de primeiro mundo sua capital exibe nos traços futuristas de arranha-céus e avenidas e no famoso Sky-Train sinais de uma cidade moderna e um país supostamente desenvolvido.

Grande parte desse pseudo desenvolvimento começou a surgir durante a guerra do Vietnã, quando o país se aliou aos Estados Unidos fornecendo tropas no patrulhamento da fronteira com o Laos e o Cambodia e reprimindo internamente qualquer movimento político de apoio aos comunistas dos países vizinho. Junto com isso a cidade se tornou uma espécie de playground para os soldados americanos que durante as folgas viajavam aos milhares para desfrutar os prazeres de Bangkok e fomentar o então crescente turismo sexual do país.

Em retribuição os Estados Unidos investiram muito dinheiro na cidade fazendo emergir uma classe média grande o suficiente para comprar os produtos de empresas americanas estratégicamente instaladas lá para suprir as necessidades de consumo dessa mesma classe média. O resultado disso ao longo dos anos foi o surgimento de uma metrópole de seis milhões de habitantes com ares de primeiro-mundo porém refletindo uma realidade econômica distorcida, bem diferente do resto do país ainda pobre e atrasado.

Friday, March 02, 2007

Friday Prayer

Sexta-feira, dia de movimentação muçulmana em toda a cidade. É a "Friday Prayer", algo como a nossa missa de domingo no Brasil.

Friday Prayer, Kuala Lumpur

abraço

Welcome!

Dia desses a Luciana comprou um daqueles guias da "Lonely Planet", aquela editora famosa por publicar livros de viagem sobre todos os países. Esse no caso é chamado "Blue List" e é um seleção das melhores coisas pra se fazer em cento e poucos desses países, não sei o número certo.

O que e é bem interessante é uma pequena lista de informações básicas mostradas logo na abertura de cada um dos textos. Ali eles destacam as línguas oficiais, o câmbio da moeda local em relação ao dólar, quanto custa uma cerveja, o número de habitantes de cada nação e o número de turistas que a visitam a cada ano.

Esses dois últimos itens foram os que mais me chamaram a atenção pois alguns países recebem por ano um volume de turistas absurdamente alto se comparada com o tamanho da sua população. Abaixo seguem alguns:

---------------população-------turistas/ano

Turquia --------70 mi-------------18 mi
Suiça ---------7.25 mi-------------11 mi
Tunísia-------- 9.9 mi------------4.8 mi
Laos-------------6 mi--------------1 mi
Hong Kong-----6.8 mi-----------21.8 mi
Espanha------43.2 mi-------------53 mi
França---------60 mi-------------76 mi
EUA----------290 mi-------------46 mi
Argentina----39.5 mi ------------3.5 mi
Brasil-------186 mi--------------4 mi

Já havia escutado antes que o volume de turistas que visitam o Brasil era inversmente proporcional ao que o país oferece de atrações mas não tinha idéia de que era tanto.

Bom, quebrando um pouco a prosa, na segunda-feira à tardinha estava esperando o trem para ir pra casa quando um casal de australianos se aproximou para perguntar aonde se pegava o ônibus para o aeroporto. Os dois na casa dos 50 anos e carregando cada um uma mochila que pelo tamanho podia se ter uma idéia de quanto tempo de viagem tiveram ou ainda teriam pele frente.

Depois de cinco minutos de conversa descobri que estavam viajando há seis meses pela Ásia e embarcariam naquela noite para a Índia onde ficariam pelo menos uns dois meses. Me perguntaram de onde eu era e me disseram que a alguns anos atrás haviam viajado durante um ano por toda a América do Sul. "E aonde vcs estiveram no Brasil?" perguntei. "Gostaríamos muito mas não tivemos coragem de ir ao Brasil", foi a resposta que escutei.

Chato de ouvir, muito chato, e ao mesmo tempo um pouco difícil de entender. Pra mim ficar um ano na América do Sul e sequer pisar no Brasil é como ir ao RS e não comer churrasco ou, falando de viagem, ficar uma ano na Europa e não ir a Itália ou Espanha, parada obrigatória pra qualquer um que fica esse tempo todo por lá.

Por outro lado até é compreensível pois sei que a violência mostrada nos noticiários por aqui é um pouco exagerada, diferente do que realmente acontece. Mas mesmo sendo brasileiro eu as vezes me assusto, como no caso dos ônibus queimados no fim do ano passado no Rio. Agora imagina isso na cabeça de um estrangeiro.

Fiquei sem ter o que dizer por alguns segundos mas acabei explicando que não era pra tanto, afinal violência não é um problema só do Brasil, blá, blá blá e blá, bla, blá. Ao final do papo fui embora acreditando ter convencido o casal australiano. Mais tarde chegando em casa, sento na poltrona, ligo o computador e a primeira coisa que leio é a manchete da BBC: "Franceses de ONG são assassinados no Rio de Janeiro".

E agora? Mesmo sabendo que esse caso em específico foi isolado, diferente daquela violência diária, como se explica isso pra um gringo acostumado a viajar mundo afora. Na próxima vez que me pedirem informação talvez eu me faça de surdo.